TOM – PRÉPROJETO SEM NOME

Pessoal, ontem fiquei devendo o trecho do pré-projeto, mas ainda estava tudo muito embaralhado na cabeça. Agora consegui reformular a coisa e ficou mais ou menos assim. Tentei usar muito o gerundio, pra trazer um tom do distanciamento do passado remoto. Trechos longos e explicativos. Sei lá, pra movimentar tudo isso. Com certeza verbos serão trocados, virgulas serão mudadas, mas é por aqui que começa um projeto maluco:

Não nascera num berço de ouro, muito menos com o cu virado pra lua; mas nem por isso deixara de ter privilégios e até mesmo um pouco de sorte. Crescido em uma família de médicos, desenvolveu-se na época em que a medicina podia ser processada, questionando a autoridade do então intocável Doutor. Entre um processo e outro, Lázaro, que ainda não sabia da existência de uma lei além da familiar, aprendeu que o médico sempre tinha razão, e por conseqüência, também a possuía seu pai, seu avô e sua tia. Envolto de entidades até então intocáveis, Lázaro assimilava os acontecimentos calado, trabalhando o dom da observação que se afloraria mais tarde, aprimorando suas virtudes e libertando seus embaraços. Apesar de conviver com a morte estampada a sua frente, o primeiro grande truque foi entender que tudo era passível de ser remediado, bastando apenas a medida exata do veneno adequado. O entendimento deste jogo de possibilidades tornou Lázaro um pouco esperançoso, e por certas razões a preguiça impulsionava a esperança. Não tinha o ímpeto do perfeccionismo, pois dentro de si existia a certeza, e a destreza, de remediar o que houvesse de errado. Vislumbrado com o atípico e deslumbrado com o tratamento, buscava os caminhos tortuosos para transcorrer através da ambigüidade. Afinal, por qual razão os fins justificariam os meios, senão pela meiodicridade de que é o finalmente? Para ele, este nunca deveria chegar, pois está contido o esgotamento do que quer que tenha havido razão. Por fim, entendeu que o meio remediava o finalmente.

Sobre PSCICÓTICO

Pscicótico é um pseudônimo, ou apenas um anônimo, ou simplesmente um pseudo. Por que, então, utilizar o anonimato? Nas palavras de outro anônimo: "Por saudades do tempo em que eu era absolutamente desconhecido e, portanto, aquilo que dizia tinha alguma possibilidade de ser entendido. O contato imediato com o eventual leitor não sofria interferências. Os efeitos do livro refletiam-se em lugares imprevistos e desenhavam formas a que nunca havia pensado. O nome constitui uma facilitação." Por que Pscicótico? Na análise mais simples da pscicanálise, o psicótico é aquele que perde o contato com a realidade. Não estou aqui pra lhes falar verdades, muito menos expor os fatos, a mídia jornalística pode muito bem se encarregar de enganar-te. Estou pra transcender, para metamorfosear minha consciência, transparecer toda a minha demência de uma mente ezquizofrênica e caótica, onde em cada etapa assume uma diferente personalidade. Somos muitos, milhares e diversos. Somos alegres, deprimidos e perversos. Somos a realidade e o seu verso.
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Uma resposta para TOM – PRÉPROJETO SEM NOME

  1. Bruna Nehring disse:

    Li com muito interesse o texto na esperança de encontrar mais dicas a respeito do seu “projeto”. É claro que não deveria contar com isso pois TODOS ESTAMOS ainda com o projeto no forno…acho o “ambiente” – onde sedesenvolverá a história- muito bem sugerido. Eu sou uma pessoa paciente, esperarei pelo resto com o mesmo interesse!

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